Imagine se você soubesse que iria nascer, vir
ao mundo, e que, não seria esse nascimento da forma convencional como todos os
outros seres humanos eclodem. Que você ainda travaria uma grande luta para
dizer que nasceu e está aqui, e ainda viriam grandes dificuldades pela frente
até que tudo pudesse se estabilizar como um ser que conseguisse obter uma vida
normal em todos os seus aspectos.
Pois bem. Uma vida não vem ao mundo sem
qualquer luta, sem primeiramente disputar a maior conquista de todo e qualquer
ser vivo: a oportunidade de viver. De olhar a claridade do dia, de crescer, de
vencer as dificuldades, de produzir seus frutos e sair de cena como todos os
outros seres.
Ordenada a vida, segue-se a grande batalha por
um lugar ao sol. Que órgão ou compartimento irá abrigar o embrião ou a semente?
Será bem acolhido? Terá um ambiente favorável? Prosperará? Logo se aparecem as dificuldades.
O pé de mamão da foto encontrou como primeira
dificuldade o compartimento que o abrigaria. Seria impossível nascer sem os
nutrientes da semeadura, como a terra, a água e as propriedades que caracterizam os organismos cuja existência
evolui do nascimento até a morte para que haja vida.
Aquela semente não ousou avaliar as
dificuldades, partiu para a corrida pela vida, penetrou na única “frecha” como chamamos
aqui em “nóis” as frestas, que poderia proporciona-lhe a eclosão da vida e seu
prosseguimento até o ocaso fatídico.
Não. Aquela semente penetrou sorrateira e
profundamente aquele compartimento de pedra na mais milimétrica passagem que
pudesse prosseguir naquele muro, para vencer o mais difícil dos acessos e
ancorar suas raízes que pudessem dar-lhe a segurança que seu caule necessitara
para suportar seu próprio peso e o excesso dos frutos por vir.
Ela ainda teve que refazer a modelagem de seu
aspecto troncal, permitindo que seu DNA alterasse sua forma para penetrar
aquela pequename passagem e acomodar suas raízes naquele que seria seu habitat
até o fim de sua jornada. Isto posto, começou seu crescimento, seu
fortalecimento com os raios solares e o armazenamento de água proveniente do
sereno noturno, que proporcionariam os meios para a conservação da vida em sua
plenitude.
Aquela semente não olhou para traz, não viu as
dificuldades que se apresentavam, nem recuou de seu propósito: dar frutos.
Tornou-se uma arvore frondosa e frutífera, dando cumprimento a sua finalidade
para o qual Deus o Senhor permitiu aos seres vivos ser semente e vir a vida.
Aquele pé de mamão, tem muito a nos ensinar.
Devemos como ele observar suas propriedades de reação as barreiras que se nos
apresentam, transformar-se com as situações adversas que nos advém e extrair do
terreno que nos foi dado os nutrientes para a consolidação da vida e a grandeza
da produção dos frutos.
“Vós não me escolhestes a mim mas eu vos
escolhi a vós, e vos designei, para que vades e deis frutos... João 15.16”.
Saul Bezerra
03.06.16 foto da web.
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