terça-feira, 14 de junho de 2016

O Pé de Mamão

Imagine se você soubesse que iria nascer, vir ao mundo, e que, não seria esse nascimento da forma convencional como todos os outros seres humanos eclodem. Que você ainda travaria uma grande luta para dizer que nasceu e está aqui, e ainda viriam grandes dificuldades pela frente até que tudo pudesse se estabilizar como um ser que conseguisse obter uma vida normal em todos os seus aspectos.
Pois bem. Uma vida não vem ao mundo sem qualquer luta, sem primeiramente disputar a maior conquista de todo e qualquer ser vivo: a oportunidade de viver. De olhar a claridade do dia, de crescer, de vencer as dificuldades, de produzir seus frutos e sair de cena como todos os outros seres.
Ordenada a vida, segue-se a grande batalha por um lugar ao sol. Que órgão ou compartimento irá abrigar o embrião ou a semente? Será bem acolhido? Terá um ambiente favorável? Prosperará?  Logo se aparecem as dificuldades.
O pé de mamão da foto encontrou como primeira dificuldade o compartimento que o abrigaria. Seria impossível nascer sem os nutrientes da semeadura, como a terra, a água e as propriedades que caracterizam os organismos cuja existência evolui do nascimento até a morte para que haja vida.
Aquela semente não ousou avaliar as dificuldades, partiu para a corrida pela vida, penetrou na única “frecha” como chamamos aqui em “nóis” as frestas, que poderia proporciona-lhe a eclosão da vida e seu prosseguimento até o ocaso fatídico.
Não. Aquela semente penetrou sorrateira e profundamente aquele compartimento de pedra na mais milimétrica passagem que pudesse prosseguir naquele muro, para vencer o mais difícil dos acessos e ancorar suas raízes que pudessem dar-lhe a segurança que seu caule necessitara para suportar seu próprio peso e o excesso dos frutos por vir.
Ela ainda teve que refazer a modelagem de seu aspecto troncal, permitindo que seu DNA alterasse sua forma para penetrar aquela pequename passagem e acomodar suas raízes naquele que seria seu habitat até o fim de sua jornada. Isto posto, começou seu crescimento, seu fortalecimento com os raios solares e o armazenamento de água proveniente do sereno noturno, que proporcionariam os meios para a conservação da vida em sua plenitude.
Aquela semente não olhou para traz, não viu as dificuldades que se apresentavam, nem recuou de seu propósito: dar frutos. Tornou-se uma arvore frondosa e frutífera, dando cumprimento a sua finalidade para o qual Deus o Senhor permitiu aos seres vivos ser semente e vir a vida.
Aquele pé de mamão, tem muito a nos ensinar. Devemos como ele observar suas propriedades de reação as barreiras que se nos apresentam, transformar-se com as situações adversas que nos advém e extrair do terreno que nos foi dado os nutrientes para a consolidação da vida e a grandeza da produção dos frutos.
“Vós não me escolhestes a mim mas eu vos escolhi a vós, e vos designei, para que vades e deis frutos... João 15.16”.
Saul Bezerra

03.06.16 foto da web.

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