sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Perdoando um suicida.



Teologicamente seria fácil responder as perguntas que parte da sociedade faz neste momento de dificuldades e dor pelo fato ocorrido ao suicídio do pastor.
Todavia, são perguntas de difíceis respostas que demandam um “xeque-mate espiritual” não para os incautos, os servos “mais propensos” a aceitarem os desígnios de Deus, mas, para os supostos pseudos doutores do comportamento humano. 
Os ataques virão: onde está Deus que não interviu? Ele não era pastor? Como cuidava dos outros e não cuidou de si mesmo?
Esses pseudos doutores, também não podem responder quando a “navalha” fere seu corporativismo psíquico de esfera estrutural acadêmica, quando abalada por ocorrências de suicídios entre seus membros.
Nosso estado é testemunha de dois suicídios impactantes mais ou menos no período de uns dez anos: uma psicóloga e um psiquiatra tiraram a própria vida da mesma forma, saltando de um edifício. Silencio corporativo.
Seria muito fácil apontar as falhas dos suicidas! Porém, muito mais difícil entender a razão do ato. O que fazer? Acusar? Sinto muito ou condolências? Exercer juízo (factíveis) para os demais ficarem apreensivos? Mas essa não seria uma ação soberana do criador? Hb. 9.27.
Teologicamente, ensinando ou pregando seria bem mais fácil responder, ou não? Contudo, se fosse à família, na ardência da dor, no funeral, alguém se habilitaria, ou usaria os gatilhos da percepção de palavras evasivas? Seria ético?
Parece-me que, perdoar a quem não pode pedir perdão seria a alternativa mais viável diante de uma resposta de tamanha responsabilidade. Parece-me não errar em nada, parece-me não ferir ou magoar quem quer que seja, muito menos a vítima. Seria o clímax do evangelho. Parece-me. Que Deus o senhor nos ajude.
Paz, Presbítero Saul Bezerra.